Como já é tradição o Grupo de Estudo e Pesquisa: Questão Agrária, Urbana e Ambiental e Observatório Dos Conflitos da Cidade/UCPel publicou mais um artigo científico com a abordagem do direito à cidade.
Um breve resumo sobre o que o livro aborda:
Deslocar é poder encontrar outros modos de existir na cidade, modos heterogêneos, modos teimosos e intempestivos, modos que escancaram a negação do acesso aos direitos sociais e humanos. Mas, como se deslocar dentro da cidade formal? Como se deslocar dentro da cidade legal? O regular e o legal existem mais que o irregular e o ilegal? Essas perguntas orientam a problematização de temáticas que compõem a cidade, cujo objetivo é também deslocar para epistemes críticas que denunciem a continuidade do colonialismo e da colonialidade. Concordamos que a ciência poderá impedir processos de transformação social ou poderá contribuir para que os processos de transformação aconteçam por meio da denúncia das diversas desigualdades, sejam elas territoriais, sociais, econômicas, políticas, religiosas e culturais. Nessa linha conflitual, entre produção e reprodução do conhecimento, Diálogos da cidade vem se propondo a instigar processos críticos e analíticos de como as populações, as/os usuárias das políticas e as/os agentes dos direitos sociais vêm sendo tratadas e tratados por gestões públicas e privadas, conselhos de direitos e políticas públicas sociais. Quando destacamos os deslocamentos entre o rural e o urbano, afirmamos que partimos da problematização da questão agrária, como questão central. Sendo assim, todos os temas de estudo e de pesquisa têm sua origem na análise do início da implantação da propriedade privada, instituída pelo colonialismo e mantida no discurso da colonialidade, até os dias atuais e que tem, na financeirização da terra e na especulação imobiliária, sua permanência que é fortalecida diante do discurso de modernidade. A implantação da propriedade privada, reafirma a tradição escravocrata e, sendo assim, os temas que envolvem a vida são temas decorrentes desse processo histórico demarcado pelo sistema patriarcal e racista. Portanto, o conjunto de capítulos apresenta as dimensões raça, gênero, sexualidade e classe como orientadores da escrita coletiva.